quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A difícil arte de educar um filho

 

Todos os dias, quando saio da faculdade em direção ao metrô, fico pensando como foi o dia, o que eu ainda tenho que fazer e, principalmente, se tem alguma pendência para resolver. Por isso, assim que vejo o Victor, a primeira coisa que pergunto é: Alguma novidade?

Claro. Nós trabalhamos juntos, ficamos no mesmo ambiente o dia todo. Quando a noite chega, ele vai para casa com as crianças e eu, para a faculdade. E neste meio tempo, entre às 18h e 23h, acreditem, podem acontecer várias coisas.

Ontem, fiz o que faço todo dia. Perguntei à ele se estava tudo em ordem. E ele respondeu com um sonoro…”Sim, está. Mas tem uma coisa que eu preciso contar”. Tudo bem, se não fosse pelo fato de me dar um frio na espinha.

O Caio está no 2 ano do Ensino Fundamental. A aula dele é a tarde, mas de manhã, a pedidos do próprio Caio, ele fica na antiga escola, a título de recreação. Lá, além de todos os amiguinhos que ele ganhou em 2010, estão também os amigos do Pré, que se formou com ele e que hoje também estão no 2 ano, na outra escola.

E aconteceu o seguinte… Ele chegou contando ao Victor que um menino da escola de manhã chutou sua lancheira. A professora, que é a mesma dos dois, viu a cena e, ao invés de pedir ao garoto se desculpar com o Caio, fez o inverso: pediu para o Caio chutar a mochila do menino – que, é claro, por ser bem menor que o meu filho, caiu no choro.

Na hora que escutei, fiquei meio estática. Sim, não foi nada de muito grave. Não houve confusão e nem agressão física. Mas… Nós lutamos tanto para educar nossas crianças, explicar o que é certo ou errado, impor limites e ensinar a reconhecer os dele..para a própria escola ensinar outro tipo de valor? E pior: valor totalmente ao contrário do que eu ensino.

Acho que isso acontece porque hoje em dia os pais jogam muito a responsabilidade da educação em cima dos professores e diretores de escola. Porém, esta moça deve ter faltado na aula de didática. Ela deveria saber que, em hipótese alguma, deve propagar a violência, seja ela física ou moral. Neste caso, deveria haver um entendimento ou até uma explicação por parte da “mestre” de que aquilo não se faz, principalmente por se tratar de uma criança de 3 ou 4 anos. Eu não chamei atenção do Caio, apenas expliquei que o que a “Tia” fez estava errado. E ele me respondeu: “Se eu não fizesse, acho que ela brigaria comigo”.

Fui procurar a pessoa responsável da escola e ouvi um sonoro “Não encane. São crianças”. Mas a questão não é essa. A questão é que uma escola deve andar ao lado dos pais. Se eu confio meu filho lá, acredito eu estar certa de que ele está bem, sem ter sido colocado em nenhuma situação constrangedora ou embaraçosa – por parte dos professores.

Os meus anos no curso de Pedagogia me fizeram ser bem criteriosa no quesito escola. Sou chata mesmo. Pergunto e quero saber de tudo, de cada detalhe e, se eu não concordar, vou querer argumentar até chegar em um consenso final.

É tão difícil você criar seus filhos com virtudes e bons valores. Se lá na frente der problema, a culpa será de quem? E qual a minha atitude em relação a isso? Tirar ele de lá.

caio

"O que se faz agora com as crianças é o que elas farão depois com a sociedade." ( Karl Mannheim ) – Caio, um bem mais que precioso!

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